Quando se fala em música gótica, muitas pessoas se lembram de vampiros, sangue, cemitérios, morcegos... E de fato, muito deste tipo de imaginário permeia as nossas estantes musicais. Contudo nem apenas de sangue se alimenta nossos ouvidos, e você pode acabar descobrindo que existem músicas tão perturbadoras que muitas vezes é melhor evita-las; ou então, que alguma música que você já conhece e não reparou direito pode ter mais a dizer e mostrar do que imagina.
Pensando nisto, listamos aqui dez músicas góticas com uma ambiguidade tão perturbadora que vai fazer você ficar pensando duas vezes antes de ouvi-las de novo. Preparados?
10- DAVID BOWIE- "Quicksand"

9- DIVA DESTRUCTION- "Cruelty Games"
A famigerada banda norte-americana de gothic rock traz um repertório variado em sua pequena e breve discografia. "Cruelty Games", de seu disco de estréia, "Passion's Price" é, segundo a vocalista Debra Fogarty, uma música sobre um ciclo de relacionamentos abusivos e o quanto as pessoas podem ser cruéis umas com as outras. "Em nossos jogos cruéis, nossos sonhos cruéis, nossas cenas cruéis, nossa crueldade, crueldade!" A vocalista conta ainda que escreveu essa música após perder uma amiga muito próxima que não conseguiu dar um fim a esse tipo de relacionamento.
8- X-MAL DEUTSCHLAND- "Incubus Succubus II"
Lançada em 1982 pela icônica banda de post-punk alemã, essa música basicamente retrata os polos inversos das coisas que se sobrepõem na vida, como vida e morte, sol e lua, frio e calor, corpo e alma. Contudo, a música é executada de uma forma muito estranha. Os vocais de Anja parecem evocar os demônios que emprestam seu nome a música, e há relatos de pessoas que declararam ter visto coisas no palco durante a apresentação dessa música. Incubus Succubus são duas entidades demoníacas predatórias ligados ao pecado da luxúria.
7- THE BIRTHDAY MASSACRE- "Violet"

6- DEAD CAN DANCE- "The Host of Seraphim"
Do disco "The Serpent's Egg", de 1988, essa música não possui letra e é cantada pela vocalista, Lisa Gerrard, num idioma desconhecido. Segundo a própria Lisa, é uma música que expressa toda a dor e agonia que uma alma consegue sentir até seu limite, e que não existe palavras que possam expressar a dimensão disso. Por este motivo, não tem letra. A música é angustiante do início ao fim, chega beirar o desespero, mas possui também um certo tom reflexivo em meio a toda dor.
5- THROBBIN GRISTLE- "Hamburguer Lady"
Os veteranos da música industrial lançaram essa música em 1978, no disco "DoA: The Third and Final Report of Throbbin Gristle." A música, bem característica da banda, nos leva através de uma narrativa permeada de barulhos ("até onde é possível discernir barulho de música?" era uma das perguntas levantadas pela banda) e nos conta a história de uma mulher que, um dia, resolveu tomar banho de sol, e no lugar de protetor solar, usou óleo de cozinha no corpo, resultando em queimaduras de terceiro grau. Não é a toa que eles são chamados de verdadeiros pais da música industrial original.
4- SOPOR AETERNUS- "The Goat"
Anna Varney possui um repertório gigantesco de músicas perturbadoras. "The Goat", não aparenta ser uma música em si, mas sim lamentos inteligíveis cheios de desespero e dor, com versos despedaçados de horror e angústia. Você pode conferir essa música no disco "Voyager: The Jugglers of Jusa", de 1997.
3- SWTICHBLADE SYMPHONY- "Waiting Room"

2- SIOUXSIE & THE BANSHEES- "Candyman"
Siouxsie causou muita polêmica em seu início de carreira. De seios nus à suásticas ironicamente pintadas pelo corpo, letras em tom de pouca tolerância e uma presença de palco maravilhosa. Em 1986, com o disco Tinderbox, ela lança a música "Candyman", que conta uma narrativa sobre tráfico de drogas segundo o ponto de vista do traficante. Num dos versos: "Doentio e cativante, seu veneno procura, pelos jovens que não entendem, o perigo em suas mãos (...)."
1- THE BIRTHDAY PARTY- "Deep in the Woods"

Mais tarde, Nick Cave afirmaria em uma entrevista que essa era a única música que se arrependeu de ter feito em toda sua trajetória.
Sinistro não?
Lembrando que o objetivo do artigo não é ferir a integridade de ninguém, e sim mostrar um lado do universo que permeia a música da Subcultura Gótica. Tratar de tais temas coloca uma luz sob assuntos que há muito vem sendo negligenciados pela música das massas. É uma forma de colocar pra fora demônios interiores e quem sabe, ajudar quem passou por algum tipo de experiência semelhante?!
Alguma música ficou de fora da lista? Envie pra gente! Comente e deixe-nos a sua opinião sobre o assunto!
Até a próxima lista...
Nossa João! Parabéns por esse artigo/post/matéria! Muito bom mesmo! ❤
ResponderExcluirObrigado!! Foi meio trabalhoso escrever e comparar com outras músicas, mas espero que tenha gostado!
Excluirmuito bom, e quem diria que algumas dessas seria algo macabro, tirando outras tantas que tem uma historia bizarra, creio que da para aumentar a lista.
ResponderExcluirSim, acredito que muito em breve teremos uma parte 2!
ExcluirFenomenal, Jhon! Adorei tanto a postagem quanto a ideia presente de mostrar como a musica gótica pode variar nos temas de choque social/obscuros. Que venha a parte 2!!
ResponderExcluirAmei
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