quinta-feira, 20 de junho de 2013

Top 10: Vocais Femininos

TOP 10 VOCAIS FEMININOS
As dez melhores vozes da cena Goth
Por: JEAN CRANES & JOHN VON BUTLER

Confira agora, uma das tarefas mais árduas e perigosas que nós, do Mechanical Bat, tivemos que elaborar: eleger as dez vozes mais necessárias e marcantes da cena Gótica. Desde os anos 1980 até os dias atuais.

10- Anne Marie
A musa do Skeletal Family e do saudoso Ghost Dance possui uma voz tão doce e poderosa que fica até difícil encontrar adjetivos que não soem injustos e menores ao seu talento. O grito que ouvimos na faixa “River on no Return”, soube-se tempos depois, que foi dado pela própria vocalista durante as gravações do álbum “Gathering Dust”, de 1987.
O talento de Anne fez com que sua voz liderasse dois dos mais famosos nomes do Post-Punk da década de 1980. Impossível não se deliciar!

9- Diamanda Galas
Uma das vozes mais perturbadoras da música, por mais de três décadas vem encantando as mais diversas gerações. Podemos ouvir suas canções rústicas cobertas de poesia decadente e bela nos mais profundos e sujos porões suburbanos e undergrounds, como também nos mais refinados e elegantes salões de festas e comemorações da alta sociedade.
Um ícone e um dos maiores exemplos da verdadeira finalidade da palavra “diva”.


8- Anna Varney Cantodea


Que Anna Varney é originalmente estranha, todos nós já estamos cansados de saber. Desde estética original até as letras de suas músicas. Nos vocais não poderia ser diferente.
As músicas desesperadas de Varney são carregadas de vocais diversos e maravilhosos. Timbres que vão desde leves sussurros até revoltas depressivas, às vezes parecendo até mesmo meras lamúrias e choros desesperados. Outro detalhe curioso na voz de Anna Varney é que ora pende mais para uma fragilidade melancólica e depressiva mais comum entre vozes femininas, ora mais revoltosa e dramaticamente teatral, sussurrada e gravemente sobrenatural, mais comum entre vozes masculinas. Isto só comprova o tamanho da ambiguidade e do talento raro de uma das vozes mais imperdíveis da Goth Music.


7- Hariet Wheeler
A vocalista do The Sundays pode parecer ser apenas uma garotinha encantadora e frágil, mas quando solta a voz é como se houvesse um coral de pássaros verdejantes em nossos ouvidos, misturando seus belos e etéreos vocais com as cordas
da guitarra de seu marido. A banda lançou apenas três álbuns de sucesso, e prometeu descansar por um bom tempo, mas em nossos ouvidos ela não descansará nunca!


6- Elisabeth Fraser
Elisabeth Fraser, eterna vocalista do lendário grupo Cocteau Twins, já até foi ate apelidada de ''a voz de Deus''. Lis, passou por diversas 'fases' se tratando de sua voz, tanto pela agressividade na época do álbum “Garlands”, a leveza do “Treasure”, quanto a doçura do “Milk and Kisses”. Muito difícil não fazer uma bela viagem musical com os sutis e delicados vocais da Lis.


5-
Lisa Gerrard
Lisa Gerard, líder absoluta do Dead Can Dance e em deixar qualquer ouvinte de boca e ouvidos bem abertos, possui uma voz que oscila entre aguda, potente, grossa entre outros adjetivos não citados que tornariam a matéria infinita, rs. Segundo um querido amigo do nosso colunista, Jean Cranes, que foi ao show, a Lisa costuma sorrir enquanto canta as partes mais sombrias de suas musicas, como se fosse uma vampira! Eis a questão: quem não gostaria de levar uma bela mordida?!


4-
Tina Root

A eterna queridinha do Darkwave fez historia e deixou seu marco na cena. A voz de tina é poderosa, com acordes e notas que vão desde vocais infantis e melosos até tons perversos, maldosos e impiedosos. Característica única que tornou sua banda, Switchblade Symphony, a mais importante banda da cena Gótica dos anos 1990.



3- Alison Jane Shaw
Como não mencionar a dona de uma das vozes mais surpreendentes do cenário musical?  Alison Shaw, líder e vocalista da banda Cranes, desde seus primórdios, em 1986 com o lançamento da fita cassete “Fuse”, vem mostrando que de infantil ela tem apenas a voz; seu potente, frágil e inocente vocal, faz qualquer um sentir arrepios em noites nubladas e criar um imaginário fantasmagórico, algo como o fantasma de uma garotinha presa em um porão.



2- Julianne Regan
Dona da voz mais cristalina dos anos 1980, sempre imersa nas guitarras de seu amado Tim Bricheno, Julie Ann Regan, interpreta suas tristezas, dores de cotovelo e medos na banda All About Eve, com uma leve pitada de misticismo; essa bruxa gótica faz qualquer um se arrepiar com sua voz melosa e hipnotizante!!


1- Siouxsie Sioux


O posto não poderia ter outra dona. Susan, ou como é conhecida Siouxsie Sioux, é dona de um talento extremamente raro e único. Desde o início da carreira, quando ainda formava o Siouxsie & the Banshees, a diva mostrou que veio para ficar, e criou para si própria um marco e uma linha única na história da música inglesa das décadas de 1970 e 1980. Poucas foram as bandas que fizeram com perfeição a passagem do Punk para o Post-Punk, como ocorreu com a banda da Siouxsie, e isso só acontecia em bandas cujos vocalistas eram impecáveis, criativos e donos de vozes poderosas. Álbuns como “Tinderbox”, “ Juju” e “Kaleidoscope” mostram e comprovam que essa diva deixou um legado enorme e como influenciou (e continua influenciando) toda uma geração, tanto no cenário Punk quanto no cenário Gótico.

A lista é pequena, e de certa forma bastante injusta. A cena é vasta e repleta de nomes e vozes excelentes. Eva O, Gitane Demone, Dinah Cancer, Ophelia Dax, Ayria, Chibi e muitas outras que fariam com que esta matéria fosse interminável.
Não são apenas as vocais deste texto que fizeram (e fazem) a música ser indispensável na Subcultura Gótica. No geral, suas presenças e posturas marcantes em cds, clipes e shows, faz com que sejam as vocalistas de maior popularidade entre os membros da cena.
Já sabemos que talento não se mede com popularidade, portanto se a sua vocalista favorita não está na lista, não significa que ela não tenha talento. Esta é apenas uma forma de entretenimento e de mostrar como a Subcultura Gótica está repleta de vozes variadas e belíssimas; vozes que deixam a cena mais poética, feminina e bela!
Mulheres como estas apresentadas aqui, mostram como o papel da mulher é fundamental na Subcultura, e o quão valorizadas elas são; mostra ainda que Góticas não são mulheres objetos, mas sim tão dignas e talentosas (às vezes até mais) quanto os homens
.
;-)




Especial ABNEY PARK

ESPECIAL ABNEY PARK
Por: Jean Cranes
Imagine-se você vivendo em uma época baseada num universo de ficção científica, criado por autores consagrados como Júlio Verne no fim do século XIX, ou num universo semelhante a uma época anterior da história humana, no qual os paradigmas tecnológicos modernos ocorreram mais cedo do que na História real. Bom, se você logo associou essa pequena introdução ao universo Steampunk, você acertou! Agora imagine todo esse universo deslumbrante em cima de um palco, interpretando canções que retratam toda essa época, trazendo um tom saudosista e até mesmo épico. Bom, se você pensou na banda de Seattle, EUA cujo nome refere-se a um cemitério chamado Abney Park Cemetery (localizado em Londres), mais uma vez você acertou! Sim, vamos falar um pouco sobre essa banda um tanto quanto pitoresca e de forte apelo nostálgico; apertem os cintos, segurem-se em seus lugares, pois o airship 'Abney Park' está prestes a partir!



INÍCIO
A banda começou suas atividades no ano de 1997, seguido pelo lançamento do álbum homônimo “Abney Park” datado em 1998. Não pertencem a nenhuma gravadora, o que os torna livres para escolher o que deve ou não ser escrito ou lançado em seus álbuns e em suas performances ao vivo; isso faz com que sentimos que todo e qualquer lançamento da banda possui um sentimento verdadeiro que veio diretamente dos integrantes da mesma, que são eles:
Josh Goering, o fundador, Nathaniel Johnstone, Robert Brown, Kristina, Jody e Daniel.
A banda possui uma sonoridade voltada ao Wolrd Music Industrial Dance e seus temas musicais estão sempre ligados ao universo Steampunk.
Muitas vezes a banda é apontada como a percussora do estilo Steampunk na musica, segundo o programa de tv G4TV; Ganharam ainda destaque na famosa emissora musical MTV, onde ganhou bastante popularidade e uma bela quantidade de seguidores, onde também ficaram conhecidos como uma banda Steampunk por excelência, por terem sido os primeiros a ganhar destaque nos meios de comunicação passando, inclusive a dar diversas entrevistas.
O sucesso da banda foi tão notório, que logo eles receberam convites e aceitaram cantar na trilha sonora de diversos filmes, seriados e etc, sendo alguns deles o famosinho “Lord of the Vampires” da escritora Gene Showalter no ano de 2011. Também a banda teve sua musica “Sleep Isabella” incluída na trilha sonora da serie vampírica de grande sucesso True Blood, no quarto episódio da quinta temporada.


ALGUMAS MUDANÇAS
Foi no ano de 2005 que houve uma perceptível mudança no visual da banda, deixando meio que de lado o Industrial dance e mergulhando de vez no universo Steampunk, dessa vez ‘submergindo’ completamente.
Criaram uma historia de ficção, onde o avião da banda ao entrar em uma tempestade aterrorizante colide com um dirigível que viaja no tempo chamado Ophelia, que dizem ter sido criado por um doutor chamado Leguminosas Calgori, uma leve referencia ao filme de grande sucesso O Gabinete do Dr Caligari. A banda comanda o dirigível e todos os seus integrantes tornam-se piratas dessa fabulosa criação flutuante onde formam uma banda de sobreviventes dessa catástrofe criativa musical que nos deixam babando de vontade e daquele gostinho de ‘quero mais’.
Grande parte de suas musicas são baseadas em historias fictícias, como em 2011, quando Robert escreveu um romance chamado The Wrath of Fate , onde o passado do Abney Park foi explorado com mais detalhes.
Ou seja, é como se fosse uma trama, uma grande história, em letras de musicas. Quer algo melhor do que isso? Tem como não se apaixonar?
A partir de 2008 a banda começou a sofrer perdas de seus integrantes; alguns passaram a abandonar o ''dirigível'' e seguir seus rumos com projetos paralelos, começando por Madalena Veen, seguido por Nathanael Johnstone, ambos sendo substituídos por outros músicos instrumentistas com uma pitada de atuação.
No ano de 2008, a banda lança seu primeiro álbum com a temática Steampunk dominando todo o material. Trata-se do badalado “Lost Horizons” , que foi seguido pelo álbum “Aether Shanties” de 2009. Em 2010,  Nathaniel sugeriu que a banda estava trabalhando em novas canções para um álbum novo, inclusive um vídeo ao vivo deles caiu na rede. Chamada “The End of Days”, sendo a faixa titulo do álbum, que veio a ser lançado em 15 de outubro de 2010. Após o lançamento deste álbum, Nathanael deixa  a banda sem mais esclarecimentos, sendo substituído definitivamente por Titus Munteanu.


PALAVRA DOS EDITORES
A todos os ouvintes e pessoas interessadas tanto no som da banda quanto nas temáticas presentes em suas performances e nos visuais deslumbrantes, nos resta dizer que a banda é excepcional em todos os sentidos, um verdadeiro espetáculo para os ouvidos, os olhos e para o coração; então segure essa maquina a vapor que você tem no lugar de um coração e vamos apreciar momentos magníficos com eles, a banda mais pitoresca de todos os tempos: ABNEY PARK!

INDICAÇÕES DO JOHN: O álbum “Lost Horizons” inteiro é imperdível. Contudo, minhas faixas favoritas são Airship Pirate, Sleep Isabella, She e Herr Drosselmeyer's Doll.
Outro álbum de que gosto muito é o “The Death of Tragedy”, de 2005, onde as primeiras mudanças radicais na banda começaram acontecer. Minhas faixas favoritas: Dear Ophelia, Witch Cult, Sacrilege e Love. O Abney Park, inclusive, me inspirou muito a construir personagens de outros projetos pessoais e paralelos à cena.
Mas o legal mesmo é você ouvir a discografia inteira da banda, que em minha opinião, é uma das mais ricas e mais originais na cena atual.