Esta é uma das novidades que será lançada pelo Studio Nacht no segundo semestre deste ano.
A coletanêa “War on the Dancefloor” ou em português “Guerra na Pista de Dança” foi produzida em frias madrugadas do mês de junho de 2013.
O intuito inicial foi, realmente, dar uma esquentada, enquanto aguardava ansiosamente pelos finais de semana, onde sempre tem pelo menos um evento underground, com pista de dança grande, escura e gente bonita se mexendo fervorosamente e freneticamente.
Procurei reunir, neste ‘set’, as musicas que mais chamariam atenção numa balada alternativa. Aqui tem de tudo, desde gritados eletrônicos até vozes suaves e sussurrantes. Porque, a balada da cena underground é assim, é isso. Nota-se ainda, que é um set despido de qualquer ligação com baladas e projetos já existentes. É um set independente, um set de algumas de minhas músicas favoritas.
Eu, como membro que frequenta e vive a cena Gótica (e viver no sentido de explora-la além do que é possível pela internet e redes sociais, acho muito mais digno viver a cena no mundo real, fazer amizades sólidas no real, beber com gente divertida, bater papo até o amanhecer sobre tal banda/gênero, ou então, dançar até as pernas começar a pesar chumbo, isso é viver e respirar a cena Gótica, então levanta dessa cadeira, para de ficar pesquisando tolices e idiotices no Wikipedia e vem pro role de verdade!) sempre fico meio desapontado com a falta de diversidade em alguns sets. Sempre tocando a mesmíssima coisa, por vezes repetindo a mesma música três vezes na mesma noite (só pela misericórdia, mas é, já fui num lugar aí que aconteceu essa proeza, rs), repetindo os mesmos especiais, sem novas atrações e tal. Poxa vida, vamos dar um up. Eu não me recordo de ouvir NENHUMA das músicas que estão nesse cd (com exceção do Nitzer, Combichrist e Front 242, e curiosamente são sempre apenas essas as músicas que sempre tocam, mas convenhamos que elas são deliciosas mesmo, vai...) tocar em nenhum dos eventos que estive presente, e olha que não foram poucos. A cena é enorme, possui milhares de coisas, milhares de bandas com um som fodão, mas sempre toca a mesma coisa! Poxa produção, vamos inovar né? Isso por que me limitei em falar apenas da parte eletrônica (e eletrônica não é apenas Eletro-Goth, mas também Industrial, EBM, Trip-Hop e até mesmo uns Future-Pop); se rumasse para Coldwave, Post-Punk, e outros gêneros, o negócio ia pegar fogo, rs.
Sim, é muito importante introduzir conhecimento de coisas essenciais aos novos membros, mas e os velhos que já estão cansados de ouvir sempre as mesmas coisas? Tipo, eu não aguento mais dançar sempre a mesma música do Joy Division, ou sempre The Broken Ones do Diva Destruction, ou Reich Mir Die Hand e Angels of the Dark do Blutengel, ou Hades Pluton do Sopor Aeternus... mentira, essa do Sopor dá pra dançar sim, rs. Enfim, eu sempre procuro introduzir amigos meus nos eventos, e alguns deles já vieram perguntar se os sets góticos são sempre os mesmos. Não vou citar nomes de nenhuma balada, isso não vem ao caso, afinal eu estou citando o set gótico no termo geral da cena em São Paulo, não é apenas uma casa aqui ou outra ali, a cena no geral parece ter esquecido de introduzir coisas novas. Por isso, minha gente, meus queridos e minhas queridas, vamos ousar! OUSAR! A nossa cena é linda, é gigantesca, surgem coisas novas todos os dias, vamos mostrar que não estamos aferrados sempre nos mesmos conceitos, o gótico respira e vive as novas tendências e novos ares do século 21, vamos mostrar isso nas pistas de dança!!! E não estou falando apenas de músicas atuais, afinal existem musicas de artistas que já interromperam suas atividades há séculos que eu fico passado (é, adoro as gírias gays, rs) em como nunca ouvi tocar em lugar algum, como o caso dessa última música do Rosetta Stone, “Temptation”. Uma música tão solta, tão synth, tão gostosa, e que já está criando teias de aranha por nunca ser tocada. Aliás, ouvir Rosetta Stone já é bem difícil, aí eles acham que só tem aquela The Witch pra tocar... ai ai ai, vamos em frente, meus góticos queridos!
Não me refiro a ninguém em especial, volto a frisar. Só acho que muitas dessas pessoas que afirmam que o gótico, antigamente, era mais divertido, deveriam ver que se era mais divertido, era por que a subcultura era explorada em todos os seus âmbitos e ângulos, e novidades surgiam todos os dias, e eram exploradas e mostradas, o Bauhaus fazia uma música num dia, na próxima balada já estava tocando e o pessoal dançando alucinadamente; Anne Marie fez sucesso em duas bandas, tanto Skeletal Family quanto Ghost Dance, e hoje tem gente que reclama que o Thomas Rainer deveria deixar o Nachtmahr e ficar só no L’ame Immortelle, ou que todos os projetos do Chris Pohl (incluindo o Blutengel) são ‘Cláudia’... o povo não sabe o que quer... enfim.
Me encontrei no Gótico há apenas seis anos, e no longo desses anos, pelo que ouço dizerem, é sempre a mesma coisa. Por isso tem gente que afirma que é só fase, por que acham que é sempre a mesma coisa e acabam procurando coisas mais ‘abertas’. Tá, quem não fica realmente é alguém que só queria conhecer a cena e tal e não se achou nela, enfim... mas pluralidade musical é algo que existe na cena, mas é meia que deixada de lado nas baladas da vida. Isso não me impede de aparecer nos eventos, claro que não, mas por que é exatamente o que disse no início, EU gosto de viver a cena, repetindo as mesmas musicas ou não, se eu estiver em condições de ir, você vai me ver em diversos eventos. Mas muita gente (a maioria esmagadora) não pensa como eu, e acabam se retirando da cena antes mesmo de conhece-la mais à fundo. Por isso faço essa crítica aqui, não com o intuito de desvalorizar a cena, de jeito nenhum, mas visualizando o bem da mesma nos dias futuros! Apenas por isso.
O nome “War on the Dancefloor” foi sim, inspirado na música do Nachtmahr, cuja letra é uma perfeita definição do sentimento que se tem numa pista de dança cheia e quente. Essa coletânea é agressiva, mas consegue ainda ser suave e poética, exatamente como o gótico é e deve ser.
A faixa de abertura, “The Surce” dos americanos do God Module é um convite macabro e agressivo, porém irresistível. É uma agressão necessária, é um peso delicioso, você quer ouvir e ouvir e ouvir de novo até cansar. Assim se estende as demais faixas presentes. Como diria Thomas Rainer, “vivo ou morto, eu quero ver você dançar!”. Isso resume perfeitamente esse set, vivo ou morto, sangrando ou não, você não vai se conter e vai querer dançar da primeira à última faixa. E é exatamente esse o objetivo: dançar até não poder mais.
Esta é uma coletânea não-oficial.
Criei esse set como presente de aniversário para uma grande amiga, a Srta. Bel. Mostrei para outros amigos, e eles me disseram que eu deveria disponibilizar pra download. Mas não poderia esquecer de onde partiu a ideia inicial. Então, aí está Bel, uma de minhas grandes companheiras de pista e roles, um set inteirinho dedicado à nós e quem mais quiser ferver conosco!! ;-)
John von Butler, em maio de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário