quinta-feira, 22 de maio de 2014
Especial GOD MODULE
Por: John von Butler
Agitar numa pista de dança e dançar suas músicas favoritas é sempre muito prazeroso. Seja um som mais híbrido, melancólico e ethereal, até as batidas ácidas e enlouquecedoras do EBM e Industrial.
Neste pequeno especial, resumo a trajetória de uma de minhas bandas favoritas: a God Module. Certamente sou suspeito para falar dessa banda inclassificável, porém, convido você à ficar comigo pelas próximas linhas e conhecer um pouco mais sobre ela, que é considerada uma das ‘gigantes’ do atual Dark Electro. Mas cuidado, é uma banda viciante. Não diga que não avisei se, ao final da matéria, você estiver dançando loucamente pela sua casa.
Carpe Noctem ;-)
HISTÓRIA
O God Module, é uma banda fundada na Flórida, Estados Unidos, por volta de 1999. Com base aggrotech /eletrônica, eles mudaram de endereço, migrando para Washington. A banda assina atualmente para a Metropolis Records nos Estados Unidos e Out Of Line Music, na Alemanha.
A banda combina elementos de EBM, Techno, Darkwave, Synth Pop Goth, para criar um estilo de música que é tão poderoso quanto é sua melodia. Uma mistura composta de inesquecíveis sintetizadores, com amostras de filmes de horror criativamente efeituadas e misturadas aos vocais agonizantes de Jasyn Bangert para perfazer o que tem, inegavelmente, se tornado seu próprio som.
Em 1999, Jasyn Bangert começou a criar música eletrônica, apresentando-se sob o nome de “God Module”. Em seguida, assinou um contrato com a Canadian Records, lançando em 2000 o álbum intitulado de “Artificial”, que teve suas vendas rapidamente licenciadas pelo selo Trisol para vendas no mercado Europeu. A atenção de DJs, da música mundial (tornando-se assim uma banda de mercado internacional) e arrebanhando fãs ‘estranhos’ em todo o mundo foram instantâneas.
Os membros fundadores foram Jasyn Bangert (voz, sintetizador, programação) e Andrew Ramirez (voz, sintetizador, programação). O tempo entre o lançamento desta versão e o acompanhamento de “Artificial” foi preenchida com algumas mudanças perceptíveis na banda. Jasyn não só tomou a decisão de demitir os outros membros originais, mas também de deixar a Canadian Records. Ambas as decisões foram feitas pela simples razão de assegurar a sobrevivência futura da banda. E à medida que o tempo passou, ficou comprovado que estas foram decisões cruciais e se provaram boas para o futuro da banda.
Em 2002, God Module lançou o EP “Perception”, em sua nova gravadora norte-americana Sector 9 Studios e na Europa Out Of Line Music. Além de trabalhar com gravadoras novas, Jasyn recrutou dois novos membros para a banda, Courtney Bangert e Byron C. Miller. Embora Jasyn ainda continuasse como o principal programador / escritor / vocalista, Byron fez um bom complemento para o God Module, mostrando extraordinário talento e capacidade. Courtney, que tinha aparecido em todas as formações anteriores da banda, simplesmente reforçou a sua posição como a poderosa e reverenciada voz feminina da God Module, assim como também provou ser uma tecladista de dar inveja.
A segunda empreitada do God Module, o álbum “Empath” foi lançado em 2003. O título do álbum reflete uma mudança dos temas contidos no álbum de estreia da banda. Jasyn resume o álbum da seguinte forma: “Um lugar onde resumo emoção com a beleza e o terror da vida humana”. 2003 também viu a estreia da banda no festival GothAM, realizado em Amsterdam, seguido por sua brilhante estreia no gigante Wave Gotik Treffen, em Leipzig, na Alemanha. Seu desfecho glorioso naquele ano aconteceu num sábado à noite, no INFEST, um festival britânico, onde dividiram o palco com as lendas do VNV Nation.
A banda retornou à Europa em 2004 para promover o sucesso da estreia do novo álbum, “Artificial 2,0”, que foi celebrado com uma completa turnê europeia. Mais tarde, lançaram o EP “Victms Among Friends”, pela Out Of Line e retornaram à Alemanha para participar do Out Of Line Electro Festival, juntamente com Hocico, Icon Of Coil, e outras bandas de ‘Dark-Electro’. O festival teve cobertura nacional, tendo algumas faixas exibidas na TV aberta, além de ter sido gravado por completo e posteriormente, lançado em DVD, cujas cópias foram distribuídas e comercializadas pelos estúdios Out Of Line e Metropolis Records.
Outubro de 2005 viu o lançamento do ansiosamente esperado novo álbum, intitulado de “Vísceras”. Facilmente o álbum mais brutal, e também o mais melódico que a banda produziu até então. Com “Vísceras”, Jasyn aprofundou-se ainda mais no mundo interior e obscuro de sua própria mente. As faixas vão desde implacavelmente agressivas (The Source, Foreseen, Inside Out) até violentamente belas em ritmos de lamentos (Still So Strange). Incluiu também um reflexo da nostálgica juventude de Jasyn, a capa do clássico “A Night Like This”, do The Cure, totalmente dilacerada à partir de seu estado original e reconstruída bem ao estilo do God Module, como se fosse uma espécie de mensagem, algo do tipo ‘a nostalgia e o romantismo melancólicos da época, tornaram-se violentas, ácidas e malignas, como são nossas músicas.’
Em abril de 2007, a banda lançou o álbum “Let’s Go Dark”, com o sucesso “Spooky”. Após o início do “Let’s Go Dark Tour”, com uma performance em Seattle, a banda teve sua tour interrompida, devido à uma lesão que Jasyn sofreu. Após devidamente recuperado, Bangert deu continuidade à eufórica tour, ao longo da West Coast. O padrão traçado por “Let’s Go Dark” é o mesmo contido em Victms Among Friends e Perception, e a banda, à cada lançamento, firma-se como uma das melhores representantes da música dark eletrônica.
De 2010 à 2012 lançaram os seguintes materiais: “The Magic in My Heart is Dead” (remixes, 2010), “Rituals” (EP remixes, 2011), “Séance” (álbum, 2011), “Doppelganger” (EP de remixes, para Web, 2012).
As expectativas para 2013 concentram-se no lançamento de “Empath 2.0” e “Psychic Surgery” (que nada mais é do que uma junção do melhor de Victms Among Friends e Perception).
PALAVRA DO EDITOR
Eu nunca gostei muito de bandas com vocais ‘gritados’, ou de aspecto muito eletrônico. Me lembro de dizer à um amigo (e ele é bem ‘old’ na cena) que eu jamais iria gostar pra valer de uma banda que circulasse por esses sons, e ele riu de mim e disse que não apostaria comigo, pois eu perderia. De fato, eu perderia. A primeira faixa do God Module que ouvi (False Pretense) foi suficiente para me conquistar totalmente. Comecei a baixar loucamente todos os álbuns, e percebi que não apenas amava, como me identificava ‘pra cacete’ em todas as faixas sangrentas, tensas e malignas da banda. Perderia mesmo a aposta, se houvesse uma, pois hoje em dia, God Module está entre minhas dez bandas favoritas, aquelas que tenho de ouvir ao menos uma música todos os dias.
Você não precisa ser nenhum Cyber-Goth para apreciar a excelente discografia desta banda tão foda. Basta conhecer e gostar de letras caprichosamente bem compostas, ritmos alucinantes e gostar de perder algumas calorias numa pista de dança, pois é impossível ouvir God Module e ficar parado. Aumente o som, e venha dançar comigo!
DICAS:
O álbum ‘Vísceras’ é, de longe, meu favorito. Imperdível do início ao fim, dou destaque para as faixas ‘The Source” e “Still so Strange”, onde podemos conferir a voz deliciosa que a Courtney tem.
Também indico ouvir as faixas Victims Among Friends, False Pretense e Telekinetic.
Mas o legal mesmo é ouvir a discografia inteira, que promete sustos e arrepios em ritmo de rave vampiresca para todos!
Aprecie com moderação. ;-)
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