Muita gente
diz que o gótico morreu nos anos 1980, por que a coisa nunca mais foi a mesma.
Em parte, essas pessoas estão mesmo corretas, pois aquele gótico realmente
morreu, afinal os anos 1980 acabaram quando os anos 1990 nasceram. E junto com
os anos 1990 muita coisa boa surgiu. Ao final dessa década, o gótico não apenas
estava vivo, como estava respirando muito bem, obrigado (só não espalhe isso,
ou a nossa fama de mortos-vivos é que vai morrer) e bandas como as famosas
Blutengel (em atividade desde 1998) e The Birthday Massacre (em atividade desde
1999) mostravam isso claramente. O Diva Destruction foi uma das bandas novas da
década do final dos anos 1990 que surgiu para dar um novo ar na cena gótica
mundial.
Debra e Sharon, numa apresentação ao vivo, ano de 2004 |
Alguns dizem que elas surgiram para substituir a lacuna deixada pelo rompimento do
Switchblade Symphony, embora nenhum ex-membro do Switchblade fizesse parte da
banda de Debra Fogarty. A temática do Diva Destruction também era, de certa
forma, mais tradicional que o ar de horror e fantasia do Switchblade Symphony.
Muita gente diz que essa comparação entre as duas bandas só existe por que
ambas eram comandadas por uma dupla de femme fattales.
Formado por
Debra Fogarty e Severina Sol, a banda iniciou as atividades em 1999 nos Estados
Unidos. Fogarty conta, numa de suas raras entrevistas, que criou o Diva
Destruction com a intenção de expressar a dor que não tinha como colocar pra
fora através de palavras. “Já perdi uma
amiga bastante querida. Ela tirou a própria vida para dar fim a um ciclo de
relacionamentos abusivos. Muitas de
minhas letras mais ácidas, como a de ‘Cruelty Games’, falam de traição,
masoquismo e tortura emocional. As
coisas que escrevo falam sobre as profundezas da crueldade que existe na
natureza humana e como as pessoas se destroem emocionalmente”.
Suas
influências musicais são bastante variadas: de Siouxsie and the Banshees a
Beethoven, o que nos faz entender o verdadeiro espetáculo musical que
faziam em seu som híbrido. Faziam? Sim, faziam. Há mais de dez anos que a banda
não lança nenhum tipo de material novo, sendo seu último álbum lançado em 2006
(Run Cold, que aliás é excelente e fez com que a banda ganhasse pelo segundo
ano consecutivo o título de ‘melhor banda gótica dos EUA’). Em seu pouco tempo
de atividade, a banda nos presenteou com três ótimos álbuns. Passion’s Price, de 2000, é um excelente disco de estreia. Nele você pode
encontrar um show bastante dramático e teatral, que inclui um santuário para
suicídios com forcas, bilhetes suicidas, velas e rosas mortas. Exposing the Sickness, de 2003, deixa
a desejar em algumas músicas que soam muito parecidas umas com as outras, mas
nos traz grandes pérolas musicais com letras muito fortes, como é o caso da
desconhecida “Forgotten”. Neste álbum, a parte eletrônica é melhor explorada
que no álbum anterior, nos mostrando o perfeito casamento do electro-goth com o
gothic rock, fórmula que só estaria bastante presente em outra banda gótica, a
London After Midnight. Run Cold, de
2006, mostra o lado mais maduro da banda até o momento e é um álbum realmente
muito gostoso de ouvir. Destaque para a faixa de abertura “Rewritting History”
e para a música “Electric Air”.
Passions Price, disco que colocou a banda entre as melhores da dark music norte-americana |
De 2006
para cá, não ouvimos mais nenhuma notícia real e concreta acerca do paradeiro
da banda, exceto uma ou outra apresentação aqui e acolá e sem nenhum indício de retorno. Muitos dizem que acabou, o que realmente faz sentido depois de 12
anos sem lançar nenhum material. O que nós temos certeza, é que sentimos falta
da voz poderosa de Debra Fogarty em contraste com guitarras, baixos, teclado e
bateria perfeitamente sincronizados num
verdadeiro show de horror gótico.
Maiores informações sobre o Diva Destruction na sessão de bandas do site Gothic Station